Dentro da gestão financeira de uma empresa, a demonstração dos fluxos de caixa tem grande relevância para a estratégia do seu negócio. Esse relatório registra todas as movimentações no período definido (pode ser um mês um ano ou até mais), o que permite uma projeção das receitas e despesas para o futuro.
Com essas informações, os diretores estão preparados para tomar decisões sobre os rumos da empresa e realizar um planejamento mais realista sobre o mercado..
Convidamos o Marcelo Castro, professor da Cursos Módulos e gerente financeiro, para responder algumas perguntas sobre o assunto. Aproveite os seus conhecimentos!
O que é o fluxo de caixa?
De uma forma objetiva, o fluxo de caixa é toda a movimentação de entrada e saída de dinheiro da empresa em um período de tempo. Esse instrumento de gestão financeira tem como objetivo principal fazer uma projeção para as contas nos próximos meses, com base no histórico e nas necessidades.
Porém, o Marcelo defende que essa ferramenta não deve ser apenas um registro das movimentações, mas também um relatório estratégico para o negócio. “O fluxo de caixa que eu defendo vem atrelado a uma boa gestão financeira, o que inclui bons índices financeiros, controle da inadimplência e ter um orçamento”, explica.
A diferença é que, sem essa visão, esse documento vira um relatório de transações anteriores e não ajuda a compreender os caminhos da empresa. O ideal é que os diretores consigam projetar o fluxo de caixa para os próximos 12 meses, o que garante tempo maior para se antecipar aos problemas que possam aparecer.
Sobre os índices financeiros, Marcelo destacou três que os profissionais devem conhecer, como listamos a seguir.
o prazo médio de recebimento: dias necessários para receber as vendas a prazo. O ideal é que esse tempo seja mínimo e tenha uma margem para os pagamentos;
o prazo médio de pagamento: dias necessários para fazer o pagamento das compras a prazo;
o prazo médio de estoque: quanto tempo o produto leva para sair do estoque, ou seja, em quantos dias ele se transforma em dinheiro (pode fazer a comparação com o tempo de pagamento ao fornecedor).
Trabalhar bem com esses prazos é o que torna possível ter uma boa gestão financeira. Apesar de ser um relatório simples, o fluxo de caixa requer dedicação e entendimento para projetar bem os próximos meses e não ter problemas, como falta de capital de giro para funcionar.
Quais as boas práticas para fazer o fluxo de caixa?
O Fluxo de Caixa Financeiro é um relatório financeiro que contém o registro completo de todas as movimentações financeiras da empresa naquele período.
A dica segue a linha de tratar o fluxo de caixa como algo vital na gestão financeira, já que permite ter um conhecimento maior sobre as despesas e as receitas, e facilita a tomada de decisões.
Dentro da administração do caixa, Marcelo Castro ressalta o controle do crédito como uma forma de combater a inadimplência, o que vai além dos serviços de proteção conhecidos. “É importante vender e gerar receita, mas, sobretudo, você precisa receber. Se você vende e não recebe, está perdendo dinheiro”, alerta.
A dica é ser muito rigoroso na hora de conceder o crédito para o cliente, como acontece na vida pessoal: “é preciso se lembrar que dar crédito significa dar dinheiro (mesmo sendo em forma de mercadoria)”, diz o gerente. Logo, se a área de cobrança não funcionar corretamente, o caixa da empresa fica comprometido.
Destacamos as boas práticas na política de concessão de crédito:
o contar com um balanço auditado, para aumentar o rigor;
o ter um Serviço de Proteção ao Crédito do Consumidor;
o treinar o vendedor para conhecer o cliente;
o dividir os clientes em grupos (dos que pagam no dia aos que atrasam mais).
A manutenção desse crédito também é importante, porque quando o cliente deseja crescer, ele precisa de um incentivo maior ou então mudará para a concorrência. Para expandir o negócio, é necessário conquistar mais consumidores ou fidelizar os novos, mas uma política rigorosa é essencial para não sofrer com a falta de pagamento.
Quais são os métodos para a demonstração dos fluxos de caixa?
Para a gestão do fluxo do caixa, o Prof. Marcelo explica que, nos primeiros meses, o objetivo é entender as despesas. Ele cita o Princípio de Pareto e diz que o controle de 20% do fluxo gera 80% do seu resultado de caixa (ou mais). Como os principais gastos são previsíveis, essa tarefa é facilitada.
Depois, o gestor precisa projetar o fluxo de caixa por três meses. Sempre que esse período chegar, ele deve fazer uma análise dos resultados e repetir o processo. “No momento em que esta eficácia for acertada dentro desses três meses, estão liberados os projetos de mais um ano pela frente”, ensina.
No caso das receitas, existe uma dificuldade maior para fazer a projeção, mas há alguns truques. Lojas que vendem muito em datas comemorativas, por exemplo, têm aumento nesse valor durante o período, mas gastam mais com a matéria-prima nos meses anteriores. Por isso, não vale a pena fazer a média — o racional é mais importante.
Com o passar o tempo o gestor terá massa de dados histórica para que a previsão seja mais acurada.
Não é preciso paranoia de que todos os lançamentos sejam iguais ao extrato bancário na vírgula, vamos sempre ter em mente que esta é uma ferramenta gerencial, então pequenos ajustes podem ser aceitos, os quais com a maturidade das informações tende a diminuir.
Quais são os erros mais comuns nesse processo?
Nessa união de fluxo de caixa e gestão financeira, existem alguns erros que as empresas cometem, e que colocam obstáculos para o seu crescimento. O especialista listou os cinco mais recorrentes para você não repetir!
o 1º erro: não separar a pessoa física da pessoa jurídica (o que é patrimônio privado não deve ser confundido com o patrimônio da empresa);
o 2º erro: focar demais em contas pequenas, ou seja, que representam até 10% do seu fluxo de caixa;
o 3º erro: não conhecer o seu orçamento anual, ou seja, o quanto está comprometido com receitas e despesas;
o 4º erro: não saber o prazo médio de recebimento e de pagamento, o que dificulta o controle financeiro;
o 5º erro: para as empresas que têm movimentações em moeda estrangeira, não realizar o hedge, que é proteger o capital da especulação e da oscilação cambial.
Como um curso pode auxiliar a entender sobre o fluxo de caixa?
Para aprender mais conceitos sobre o fluxo de caixa, uma dica é fazer um curso especializado nesse assunto. Com a complexidade da legislação brasileira, manter-se atualizado é fundamental para conquistar espaço no mercado e prestar um serviço de qualidade para as empresas.
Nas aulas, o aluno aprenderá, na prática, como fazer o fluxo de caixa e a projeção das receitas e das despesas. Além disso, as dicas sobre a concessão de crédito são aprofundadas, o que permite conquistar mais clientes sem aumentar a inadimplência e passar por apertos financeiros.
A elaboração do Fluxo de Caixa é uma das responsabilidades que o gestor recebe na rotina de uma empresa. Ter um cuidado com a gestão financeira é essencial para conquistar bons resultados, então a dica principal é se capacitar no assunto para fazer a diferença.
O curso Fluxo de Caixa Financeiro e Gestão Financeira é uma ótima forma para se especializar. Conheça mais sobre ele e aprenda na prática como lidar com o dinheiro das empresas!