Com o rápido crescimento das criptomoedas nos últimos anos, foi instituído um novo seguimento de estudo dentro das Ciências Econômicas a criptoeconomia que vem se fortalecendo cada dia mais, tornando-se um nicho específico de estudo. Pensando nisso escrevo este artigo a fim de elucidar esse tema, antes de adentrarmos nos desdobramentos da criptomoeda e criptoeconomia transcrevo algumas notícias sobre o assunto (BARBOSA, 2019). Outubro/2019: 200 bancos comerciais privados europeus enviam à Association of German Banks (Bankenverband) uma declaração afirmando a necessidade de criação de um Euro digital. Dezembro/2019: Autorité des Marchés Financiers (equivalente francês da Securities and Exchange Commission (SEC) nos EUA ou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil), concede a primeira aprovação do país para que a French-ICO inicie um processo de Initial Public Offering (ICO), oferta pública inicial de criptomoedas. Janeiro/2020: O Fórum Econômico Mundial (WEF), um dos principais centros de pensamento do planeta, afirmou que a tecnologia blockchain irá moldar o futuro e cria um kit de ferramentas para que os bancos centrais criem moedas digitais. Fevereiro/2020: Presidentes dos principais bancos centrais e ministros de finanças discutem a criação de supervisão regulatória das criptomoedas na reunião do G20. O que são as criptomoedas Criptomoedas são uma espécie de dinheiro virtual que se configura por sua existência estritamente no formato digital, sem associação de emissão com governo do mundo, logo não são controladas por nenhum tipo de governo ou órgão. São criadas em uma rede chamada de blockchain que é um sistema encarregado de armazenar com segurança os mais diversos tipos de informações. Essas criptomoedas geradas no blockchain possuem um valor que, em alguns casos, pode ser convertido para outras moedas, como o dólar ou real, e, por isso, elas podem ser utilizadas como moeda de troca para compra de produtos e consumo de serviços. As criptomoedas só existem dentro internet, logo não é possível guardar em contas correntes bancarias, corretoras comuns ou em cofres, apenas em carteiras digitais específicas chamadas de Exchanges. As criptomoedas aparecem através de um tipo de mineração que é realizada no blockchain. As criptomoedas têm apresentado, mais uma vez, uma proposta de evolução, desafiando a inseparabilidade histórica entre o dinheiro e os governos nacionais, em que somente o Estado pode fornecer uma base de confiança de valor monetário. COMO INVESTIR EM CRIPTOMOEDAS? Investir em criptomoedas é acessível assim como obter qualquer outro ativo. Vamos analisar duas opções disponíveis para o investidor. Fundos de investimento. Em setembro de 2018, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por meio do Ofício Circular nº 11/2018/CVM/SIN, autorizou que os fundos de investimentos regulados pela ICVM nº 555 componham suas carteiras com ativos indiretos de criptoativos no exterior, comprando derivativos ou cotas de outros fundos. Compra por meio de corretoras. Talvez a forma mais fácil e acessível seja a compra direta por intermédio de uma corretora especializada como se fosse uma ação. Os principais canais de cotação de renda variável já contemplam as criptomoedas em suas análises de mercado. QUAIS SÃO AS VANTAGENS DAS CRIPTOMOEDAS Transferências para qualquer lugar do mundo sem burocracia A estrutura de envio e recebimento de criptomoedas não necessita de todas as exigências de uma remessa de moeda por operação de câmbio tradicional. Taxas mais baixas A movimentação efetuada por aplicativos já preparados para esses ativos, como o PayPal, é isenta de tarifas. A única cobrança ocorre caso o agente queira uma confirmação mais rápida das suas operações. Segurança As operações, além de criptografadas, podem ser realizadas sem a revelação das informações pessoais do agente, evitando o “roubo de identidade”. Transparência Todas as informações sobre cotação e oferta das criptomoedas são públicas e de fácil acesso para qualquer pessoa. http://scet.berkeley.edu/wp-content/uploads/AIR-2016-Blockchain.pdf Acesso 31/01/2022 DESVANTAGENS DAS CRIPTOMOEDAS Aceitação A parcela da sociedade que conhece e usa as criptomoedas ainda é muito pequena. Por consequência, a quantidade de estabelecimentos que aceitam essa alternativa de pagamento é também bastante limitada. Volatilidade Apesar do seu potencial, as criptomoedas ainda têm baixa visibilidade e grande desconfiança do público em geral, fazendo com que sua volatilidade ainda seja muito elevada com abruptos ajustes de preço diariamente. Regulamentação Ainda deficiente e regionalizada Este talvez seja o principal gargalo de popularização das criptomoedas. A regulamentação de uso entre os países ainda é muito heterogênea. Da mesma maneira que em algumas nações as criptomoedas são reconhecidas pelos bancos centrais, em outras a estruturação das leis para esse novo ativo ainda está muito distante do ideal, como no caso do Brasil. http://scet.berkeley.edu/wp-content/uploads/AIR-2016-Blockchain.pdf Acesso 31/01/2022 Segurança nos investimentos com criptomoeda Como vimos as transações de criptomoedas são realizadas via blockchain, local onde as criptomoedas são registradas, essa engenharia possui uma segurança difícil de ser quebrada. Todos dos blocos utilizados são criptografados, para conseguir efetuar uma alteração na rede seria necessário que todos os computadores admitissem essa ação, além de que o indivíduo teria que reescrever todos os blocos posteriores a esses, que também deveriam ser aprovados. Para se certificar que não haja roubos em seus investimentos com criptomoedas, procure guardar em uma carteira digital ou deixe nas corretoras de criptomoeda (Exchanges), de sua inteira confiança. PRINCIPAIS CRIPTOMOEDAS EM CIRCULAÇÃO Bitcoin (BTC) – A precursora e mais conhecida entre as moedas digitais. Elaborada em 2018 no meio da crise global financeira, foi criada, a princípio, para eliminar a necessidade de bancos como intermediários financeiros. Bitcoin Cash (BCH) – A versão mais recente do famoso bitcoin foi criada em 2017 como alternativa de aperfeiçoamento da moeda original, que demanda elevado tempo de processamento. Ethereum (ETH) – Criada originalmente para recompensar os desenvolvedores pelo uso da plataforma Etherum, a criptomoeda de mesmo nome é a principal rival do bitcoin. Tether (USDT) – Ao contrário das demais criptomoedas, o Tether é um stablecoin, ou seja, possui lastro com uma moeda física, neste caso, com o dólar norte-americano. Ou seja, para cada Tether emitido, é preciso que o emissor tenha US$ 1,00 em caixa. Litecoin (LTC) – Criado em 2011 por um ex-funcionário do Google, o Litecoin promete ser uma alternativa aperfeiçoada do bitcoin por apresentar maior facilidade de mineração e limite ampliado de emissão. Ripple (XRP) – Não se trata somente de uma criptomoeda, mas também de um sistema que permite a transferência de qualquer tipo de moeda por meio da rede blockchain (incluindo bitcoins e moedas tradicionais). Formulado pelo autor com base nos dados do site:https://www.mercadobitcoin.com.br/. Acesso em: 31/01/2022. Vemos que as criptomoedas está com sua popularidade em alta, temos novas moedas surgindo, e através da segurança que o blockchain nos oferece, é interessante considerar como potencial oportunidades de investimentos. Camila Oliveira