O Brasil enfrentou um aumento alarmante no número de contas de usuários online vazadas no terceiro trimestre de 2024, totalizando 5,1 milhões de violações, conforme apontam os dados da ferramenta global de monitoramento de segurança cibernética da Surfshark. O salto de 340% em relação ao trimestre anterior, que registrou apenas 1,1 milhão de contas comprometidas, reflete uma crescente vulnerabilidade digital no país.
O cenário global de segurança cibernética também foi severamente impactado. No mesmo período, foram reportadas 423 milhões de contas violadas ao redor do mundo, representando um aumento expressivo de 96% em comparação aos 215 milhões de contas comprometidas no segundo trimestre de 2024. Os Estados Unidos lideraram o ranking, com 93,7 milhões de contas violadas, o que equivale a 22% do total global. Logo atrás, a França apresentou 17,2 milhões de violações, enquanto a Rússia registrou 16,5 milhões. Alemanha e Japão também aparecem entre os mais afetados, com 14,6 milhões e 9,7 milhões de violações, respectivamente.
No que se refere à densidade de vazamentos por mil habitantes, os Estados Unidos também encabeçam a lista, com 276 contas vazadas por mil residentes. França, Finlândia, Alemanha e Austrália completam as primeiras posições do ranking. O Brasil, apesar do aumento significativo, ainda aparece com um volume menor em comparação a países como Reino Unido (8,3 milhões) e China (7,9 milhões).
As violações de dados ocorrem quando informações sensíveis, como endereços de e-mail, senhas e dados pessoais, são acessadas por terceiros não autorizados. O levantamento da Surfshark destacou que cada conta violada pode envolver dados adicionais, como números de telefone, endereços de IP, códigos postais e outros elementos críticos que, em mãos erradas, podem resultar em ataques cibernéticos mais direcionados.
Esses dados foram compilados a partir de 29 mil bancos de dados acessíveis publicamente, analisando diferentes parâmetros como domínios de e-mail, endereços IP e coordenadas geográficas. A análise detalhada revelou que países com populações amplas e digitalizadas são os mais suscetíveis a esses incidentes, mas também apontou para falhas de segurança em larga escala, que afetam tanto indivíduos quanto empresas.
Com o aumento das violações de dados, especialistas alertam para a necessidade urgente de reforço nas políticas de segurança cibernética e na conscientização dos usuários sobre boas práticas de proteção online. O crescimento contínuo no número de incidentes cibernéticos reforça a importância de medidas preventivas, como o uso de autenticação em dois fatores e senhas robustas, além de atualizações frequentes de software e sistemas de segurança.
A tendência ascendente dos vazamentos de dados exige uma resposta coordenada entre governos, empresas de tecnologia e cidadãos, para mitigar os danos e evitar que informações pessoais e empresariais continuem sendo exploradas por cibercriminosos.